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Artistas desconhecidos cantando em quiosque de praia

Câmara debate Lei do Couvert,que pode beneficiar também os compositores

O couvert de músicos que tocam em bares, casas de shows e outros estabelecimentos é parte importante da subsistência deles, especialmente no início da carreira. Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados tenta estabelecer regras nacionais para sua cobrança e distribuição. De autoria da deputada Fernanda Melchiona (PSOL-RS), o PL 3441/2024, conhecido como Lei do Couvert, quer garantir que os valores cheguem realmente a quem é de direito, os intérpretes, instituindo um selo, “Bar Que Respeita o Músico”. Tal distinção, pelo texto original, seria concedida somente aos estabelecimentos que repassassem 100% do couvert aos artistas.

Mas recentemente foi incluída uma emenda, do deputado Julio Lopes (PP-RJ), que prevê que, para receber o selo, o bar também deverá estar em dia com o pagamento de direitos de execução pública aos compositores, via Ecad.

“Além da questão financeira, o couvert contribui para o desenvolvimento profissional e a visibilidade no mercado”, comentou a deputada Melchiona, que se inspirou numa lei municipal de Porto Alegre ao propor o projeto.

Fundação do Grammy Latino dá bolsa para artistas emergentes

A Fundação Cultural Latin Grammy, ligada ao mais importante prêmio regional da música, anunciou que dará uma bolsa de estudos para a formação completa de um artista emergente como bacharel pelo prestigioso Berklee College of Music, dos Estados Unidos. Como o valor de US$ 275 mil (cerca de R$ 1,7 milhão, pelo câmbio atual), a bolsa já valerá para o próximo ano letivo, que começa em setembro próximo.

Ao longo dos próximos três anos, a fundação já tem uma dotação de US$ 825 mil para premiar um novo artista por ano. E você pode pleitear a ajuda online.

Para se inscrever você, será preciso apresentar dois vídeos de audição, duas cartas de recomendação, duas redações e uma carta de aceitação da universidade. Os materiais podem ser enviados em inglês, espanhol ou português. Mas atenção: fique ligado no prazo, que termina em 10 de abril.

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Tudo sobre a bolsa, no site da UBC

Cartaz de divulgação. Bolsa de estudos Emerging Artist
ícone do spotify em uma tela de celular

Spotify tem lucro recorde, mas é acusado de não impedir música sem licença

O Spotify publicou em fevereiro seu relatório trimestral de resultados financeiros e operacionais, que mostra um número recorde de assinantes pagos em 2024: 263 milhões. Também recorde — e inédito — foi o lucro operacional da maior plataforma de streaming musical do mundo. Pela primeira vez, a empresa de Daniel Ek fechou um ano inteiro com números no azul, lucrando € 1,4 bilhão (R$ 8,43 bilhões, pelo câmbio atual). Mas nem tudo são flores para os suecos. Dos Estados Unidos veio uma notícia que promete lhe trazer dor de cabeça.

É que a poderosa Associação Nacional dos Editores de Música (NMPA, em sua sigla em inglês) anunciou um bombardeio de takedowns (pedidos de remoção), que começou com 2.500 canções que estariam sendo usadas sem licença nos podcasts do Spotify. A entidade acusa o Spotify de permitir o uso ilegal e de “ignorar violações generalizadas de direitos autorais em podcasts hospedados na plataforma.”

“O Spotify tem milhares de músicas não licenciadas em seus podcasts e não tomou nenhuma medida para resolver isso”, atacou David Israelite, da NMPA.

Os takedowns envolvem 19 editoras membros da NMPA, entre elas as que pertencem às três grandes majors — Sony, Universal e Warner — e outras como ABKCO, BMG, Concord Music Publishing, Downtown Music Publishing, Hipgnosis Songs Group, Kobalt, peermusic, Primary Wave Music, Reservoir e Ultra Music Publishing.

O Spotify, longe de aceitar a crítica da NMPA, respondeu alguns tons acima, acusando a entidade de buscar um “golpe publicitário”.

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Todos os detalhes da disputa, no site da UBC

Pela primeira vez, música supera cinema em direitos autorais

Quem fatura mais com direito autoral, a música ou o cinema? Fosse essa a “pergunta do milhão” dos programas de TV do gênero, é provável que a maioria dos participantes arriscaria responder ‘cinema'. E eles estariam certos… até agora. Pela primeira vez na história, os ganhos oriundos de direitos autorais de obras musicais superou o valor de copyright de produtos audiovisuais como filmes e séries.

A informação foi publicada num artigo do britânico Will Page, ex-economista chefe do Spotify e professor da London School of Economics. A partir de um trabalho de análise de dados fornecidos por entidades como IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica) e Cisac (Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores), Page revelou que o valor global dos direitos autorais no ano civil de 2023 atingiu US$ 45,5 bilhões (ou R$ 276,6 bilhões, pelo câmbio de hoje), um crescimento de dois dígitos (11%) ano a ano e um aumento de 26% desde o ano de 2021, marcado pela pandemia.

A análise compara esse valor à "participação do distribuidor", que são as receitas que retornam aos distribuidores de filmes, de US$ 16,6 bilhões (R$ 101 bilhões). Daí a notícia de que a música arrecada mais agora - na verdade, quase o triplo.

“Você teria sido expulso da sala se tivesse sugerido isso antes da pandemia, em 2019. Naquela época, o cinema era um terço maior que a música, mas agora a situação mudou, e a música é 38% maior que o cinema", diz Page, em conversa por email com a UBC. “Tudo isso em um curto espaço de tempo. Isso ajuda a gente a pensar sobre a economia da atenção. Nós estamos passando menos tempo em frente a uma tela e mais tempo em nossos sofás. Por quê? A gente investiu nas nossas casas.”

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A entrevista completa com Page no site da UBC

Will Page, ex-economista chefe do Spotify e professor da London School of Economics
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